terça-feira, março 01, 2011

Enfrentando os efeitos colaterais da doença

Para quem não sabe, a doença de Crohn tem diversas manifestações extra-intestinais, porém, no meu ponto de vista, os efeitos psicológicos e emocionais causados pela doença são bem piores. 
Infelizmente quando ficamos cansados, exaustos, irritados, de mau-humor, depressivos, magoados, ou qualquer coisa do gênero, sempre descontamos nas "pessoas" que mais gostamos e que são mais importantes pra nós...
Antes de operar eu estava numa crise brava, já não saía de casa, não fazia nada e estava de saco cheio da minha rotina de vida que estava levando e descontava minha raiva toda nos meus pais, irmãos e outras pessoas queridas. Eles sempre aguentaram tudo, na maioria das vezes calados, e as vezes soltavam um "não temos culpa", "não precisa ficar assim ou nos tratar assim".
E é a mais pura verdade, eu sempre me arrependia depois, sempre pedia desculpas e dizia que os amava, mas que minha situação estava difícil e pedia compreensão, e eles sempre me deram essa compreensão, graças a Deus, sabia que não estava sozinha, e por mais chata que eu estivesse tinha eles ao meu lado.
Tive que aos poucos aprender a "controlar minha raiva", porque as vezes passava dias com raiva deles por eles não fazerem coisas pra mim que as vezes eles nem sabiam que eu queria. As vezes a gente quer algo e acha que os outros tem obrigação de adivinhar, aí os outros não adivinham e agente é que se frustra.
O ruim é que agente também se machuca porque ao invés de tratar bem e fazer coisas legais a quem sempre está do nosso lado acabamos machucando eles.

Só queria dizer para aqueles que passam por essa situação para TENTAR (eu sei muito bem que não é fácil) não ficar ressentidos com os familiares, amigos e amores, pq com certeza eles devem estar fazendo o melhor para vocês, e a gente sempre quer ficar bem com quem ama.
Quando a paciência acabar, tentem contar até mil antes de liberar a raiva, rezar para tentar se acalmar, eu sempre chorava, se estava frustrada com eles e eles me perguntavam o que eu tinha, eu preferia não responder e chorar porque aí aliviava, o importante é arrumar uma válvula de escape que não seja descontar os nossos problemas em quem nos ama, é importante desabafar, falar do seu dia, como as coisas tem sido difíceis, como ficamos cansados (não só fisicamente), mas sem culpar aqueles que estão ao nosso lado por isso...