quinta-feira, maio 13, 2010

Sem corticóide I

Depois de várias tentativas frustradas de desmame do corticóide, finalmente consegui deixá-lo. Estava louca para acabar com aqueles efeitos que me atormentavam, principalmente emagrecer e acabar com as espinhas.
Em março/08, já estava sem tomar o remédio mas o corticóide ainda não havia levado seus efeitos embora.
Pelo menos eu estava bem, não tinha mais dor e já voltava a ter convívio social com meus amigos.


quinta-feira, maio 06, 2010

O tratamento

Inicialmente comecei a me tratar com mesacol (mezalasina 400mg) mas me sentia mal e ele saía inteiro.
Mudei para o pentasa (mesalazina 500mg), 6 comprimidos ao dia, e assim fui levando. Não me fez muito efeito, continuava a passar mal, até que o "bendito" corticóide entrou na minha vida.
Comecei com meticorten 20mg ao dia, e como melhorei, os sintomas passaram, voltei à faculdade, agora fazendo as provas substitutivas das que havia perdido. Estudei bastante e não perdi o semestre.
Porém estava engordando, inchei dimais, pois o corticóide retém líquidos e ainda fiquei com o rosto cheio de espinhas, era péssimo.
Me odiava por dentro, mas não deixava transparecer pra ninguém, tinha que suportar, e suportei, e venci.
Como o corticóide é um remédio para tratamentos rápidos, normalmente numa agudização da doença, não podemos tomá-lo por muito tempo pois ele causa sérios danos ao nosso organismo.
Comecei a reduzir a dose, e a cada 7 dias baixava 5mg. Me livrei dessa droga que é um mal necessário para os que compartilham comigo dessa doença. Fiquei feliz, agora era esperar que os efeitos do corticóide passassem...




É uma pena contar o que se passou bem sucintamente e com tamanha superficialidade, mas muito tempo se passou e já não me recordo muita coisa.
O importante é isso: guardar na memória os momentos bons, e os ruins agente supera.

terça-feira, maio 04, 2010

Alguém levou meus sintomas a sério

Meu pai marcou uma consulta com a médica que me havia sido recomendada, tinha que fazer um "preparo" para a 1ª consulta, não consegui fazê-lo por completo e fui assim mesmo.
Avisei a médica. Ela me avaliou, conversou bastante comigo, não só dos meus sintomas físicos mas de tudo que acontecia na minha vida, de coisas corriqueiras mesmo e disse que já tinha idéia do que eu tinha mas me pediu que fizesse uma colonoscopia para confirmar.
Fiquei um pouco assustada pois nunca tinha ouvido falar nesse exame, cheguei em casa e fui pesquisar na internet e descobri que era como uma endoscopia só que pelo ânus.
Tinha todo um preparo também para que a câmerazinha pudesse ver nitidamente o intestino. Consegui fazer o preparo direitinho, mas diferentemente da maioria das pessoas, que o fazia com Manitol, o meu foi com picossulfato por ser mais leve.
Fiz o exame, que acusava "Válvula íleo cecal deformada, com processo inflamatório em íleo terminal" e a biopsia feita dizia: "DIAGNÓSTICO:
1. Mucosa colÔnica com erosão e tecido de granulação
2. colite crônica inespecífica"
Segundo a minha nova médica o que eu tinha era Doença de Crohn, uma doença inflamatória intestinal. Pronto, pensei, agora estou fudida. Moça nova, bonita, namorando, na faculdade, cheia de amigos, como ficaria minha vida?
Ela me tranquilizou bastante dizendo que eu não morreria DA doença mas morreria COM a doença, pois ela ainda não tem cura...


Essa sou eu antes do Crohn

sábado, maio 01, 2010

Começando do começo

 Estava no ensino médio e estudava muito para o vestibular, a cobrança era muito grande para que eu fosse bem sucedida, inclusive de mim mesma, comecei a sentir dores no estômago.
Em 2005 fiz uma endoscopia que diagnosticou pangastrite e duodenite, não tomei os remédios indicados pelo Gastroenterologista e as dores passaram sozinhas, mas por um tempo determinado.
Voltei a sentir dores, e em 2006, fiz outra endoscopia que não deu nada significativo e o diagnóstico foi gastrite nervosa. Estranhei, mas aceitei, e o médico me passou outros remédios que resolvi tomar dessa vez.
Já estava na faculdade quando as dores foram piorando, tinha muitas cólicas, de deitar no chão de dor, a dor era tão forte que me fazia vomitar (assim pensava eu). Comecei a tomar nojo de comida, pois era só comer que lá vinha a "bendita" dor, e pouco tempo depois o vômito. Parecia uma sequência ensaiada: comida - dor - vômito.
Como nada mais parava no meu estômago, comecei a emagrecer, e dos meus rotineiros 57kg, parei nos 50kg.
Por uns 4 meses seguidos tinha uma rotina de passar 1, 2 dias no Pronto Atendimento, tomando medicamento intravenoso para aliviar a dor. Pois nenhum remédio via oral conseguia. Ninguém me dizia o que eu tinha, enquanto isso estava perdendo provas na faculdade, faltando às aulas, afastando dos amigos, difícil.
No hospital os diagnósticos eram vários: gases, nervosismo, inclusive que era tudo psicológico, porque segundo um dos médicos foi só meu namorado chegar no hospital eu tinha ficado boa. (Fala sério né?)
Numa das internações além desses sintomas veio também a diarréia, ia várias vezes ao banheiro, além de vomitar e sentir dor.
Resolveram chamar um proctologista, foi me examinar, e eu morri de vergonha, nunca nem tinha ouvido falar dessa especialidade médica. Quando ele me disse o que teria que fazer quase chorei, fiquei super sem graça e ainda com medo de que enquanto ele estivesse me examinando algum acidente acontecesse.
Tudo correu bem na medida do possível, e ele disse que me encaminharia para uma coloproctologista muito boa para investigar melhor o que eu tinha. Me deu remédios, me deu alta e pediu que marcasse uma consulta com ela urgente.
Fiquei preocupada porque ela não atendia meu plano de saúde, e meu pai teria que pagar a consulta que era bem cara, mas resolvemos arriscar.
Foi então que conheci um dos tantos anjos que passaram pela minha vida, o nome dela é Áurea de Cássia.