quinta-feira, dezembro 23, 2010

Felicidade tem limite?

Quando parece que tudo está muito bom parece que alguma coisa tem que acontecer para te dar um chacoalhão e te fazer "acordar do sonho encantado", como se a realidade não pudesse ser perfeita, na concepção de cada um é claro.
Enfim, o que quero dizer é que minha alegria durava pouco, meu querido Crohn resolveu  mostrar que ainda estava em mim, e assim, eu entrava na minha crise mais violenta desde a descoberta da doença.
Começou com muita dor abdominal, evoluindo para um quadro de vômitos e diarréias intermináveis, além de febre, falta de apetite, perda de peso e outras coisinhas desagradáveis que só quem tem a doença sabe como é.
Iniciei então novamente a tomar corticóide, e em  tentativas frustradas cheguei a tomar 60mg/dia, a maior dose para meu peso.
Várias vezes no momento da dor insuportável tinha que ir ao Pronto Atendimento receber doses de buscopan na veia.
Durante essa crise meu abdomem começou a ficar distendido, e a cada dia que a dor aumentava o tamanho dele também aumentava junto. Como se não bastasse o tamanho que a barriga chegou a ficar (quase como estava minha barriga com 7 meses de gravidez) ela mexia bastante, ficava irregular, como se tivesse realmente algo lá dentro. Qualquer pessoa que via se assustava.
Conheci um médico muito bom (gastro) que estava fazendo uns testes de um medicamento na Santa Casa (era o cimzia - certulizumab) e me convidou depois de vários exames, de estar corticodependente e de me enquadrar no perfil para fazer parte desse teste.
Porém não obtive resultados, e após 6 meses de crise BRAVA, de passar quase 1 semana sim e 1 semana não no hospital e de um abdome parecendo que ia explodir a qualquer momento acabei me submetendo a minha primeira cirurgia por causa do Crohn.


Segundo o meu médico meu caso era refratário  e não respondia mais a tratamento clinico, tinha uma semi-obstrução de fibrose e tive que ressecar a parte estreitada do intestino, acho que foram uns 30cm...o grande problema é que como estava muito fraca e debilitada, uma das minhas médicas disse que era provável que tivesse que usar bolsa de colostomia por um tempo, e isso me deixou bastante chateada...mas é assunto para outro post.

Assim como muitas pessoa,s durante a crise, eu também pensava em desistir, reclamava muito e agia de maneira egoista, mas é que nessas horas só quem É ou ESTEVE doente e cheio de problemas sabe quão dura é a vida.

Sorte a minha que tinha o meu bebê, e sim, ela sempre foi a minha força! Deus realmente sabe a hora certa para tudo, talvez, se não tivesse ela...
Só eu sei o quanto foi sofrido não dar conta de fazer as coisas para ela, vivia passando mal, internando e consequentemente dependendo de ajuda alheia.
3 dias que eu ficasse no hospital, quando voltava via transformações enormes na minha filha já que os primeiros meses são os de maiores evoluções.
Eu só desejava estar saudável para ela.


Um comentário:

  1. Olá, espero que vc esteja bem agora... Eu também estou com alguns problemas, vou fazer um exame no começo do ano pra descobrir do que se trata... Vc tem algum e-mail pra gente conversar? Beijos e parabéns pelo blog.

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